Um adulto sadio tem cerca de 600 deglutições diárias. O ato é uma resposta natural do organismo e ocorre quando estamos acordados ou dormindo. Porém, uma parcela das pessoas se queixa de dificuldade para engolir.
Em uma situação normal, o alimento que consumimos é transportado da boca para o estômago por meio de uma série de contrações musculares. O processo inicial acontece de forma voluntária e se torna involuntário logo após a ingestão.
Quando há a sensação frequente de que o bolo alimentar está preso na garganta ou em outra região do canal digestivo, é preciso procurar o médico gastroenterologista ou otorrinolaringologista. Muitas vezes, esse pode ser o sintoma de uma grave doença.
Neste artigo, vamos mostrar os sintomas, as causas e as formas de tratamento da dificuldade para engolir. Confira!
A disfagia é como os médicos chamam a dificuldade para engolir. O simples fato de sentir dor quando ingerimos um alimento sólido ou líquido não quer dizer que temos o problema. Tal sintoma pode ser apenas um sinal de inflamação na garganta, por exemplo.
O diagnóstico de disfagia é dado quando existe a sensação de que o alimento consumido pelo paciente não percorreu o caminho entre a boca e o estômago de forma natural. Uma endoscopia digestiva ou outros exames são necessários para investigar a origem do sintoma.
O processo de deglutição engloba três fases: a oral, a faríngea e a esofagiana. A primeira etapa consiste em mastigar o alimento que consumimos para transformá-lo em bolo alimentar com forma e medida adequadas para ser ingerido.
Na fase faríngea, a deglutição passa a ocorrer de forma involuntária no interior do canal digestivo. Os músculos da faringe contraem para que o alimento seja transportado em direção ao esôfago. Durante o processo, a passagem para a laringe é fechada, o que impede o bolo alimentar de ir para os pulmões.
Por fim, na etapa esofagiana o alimento chega ao esôfago com a abertura do músculo superior (esfíncter). Após a passagem, esse músculo se fecha e o esfíncter inferior abre para possibilitar a condução do bolo alimentar até o estômago.
Os sintomas da dificuldade para engolir dependem da causa do problema. Quando a disfagia é do tipo faríngea, o paciente pode apresentar tosse, voz rouca, engasgo, bloqueio na fala, derramamento do alimento e salivação em excesso.
Por sua vez, a disfagia esofágica pode provocar vômito com sangue, perda de peso, azia, regurgitação e até mesmo anemia. Isso acontece porque há a sensação de que o bolo alimentar ficou parado no esôfago, em vez de seguir em direção ao estômago.
As causas da disfagia podem ser variadas, desde problemas musculares a neurológicos. A seguir, listamos os principais motivos da dificuldade para engolir. Entenda!
A disfagia ocorre quando há um obstáculo físico à passagem do alimento por causa da presença de tumor benigno ou maligno na faringe ou no esôfago. Pequenas lesões esofágicas favorecem o problema.
O câncer esofágico é uma doença grave. Tumores como adenocarcinoma (que afeta a região entre o esôfago e o estômago) e epidermóide (no revestimento do canal) podem ser tratados de forma eficaz no estágio inicial. Em determinados casos, é aconselhada a esofagectomia, ou seja, cirurgia de retirada do esôfago. Ela só deve ser feita se a enfermidade for diagnosticada precocemente e o médico assim recomendar.
Em vez de o esôfago realizar contrações normais para possibilitar a passagem dos alimentos, o processo é substituído por contrações musculares que impedem a movimentação do que é ingerido. Esse é um quadro de espasmo esofágico, o qual também provoca disfagia. A causa do problema está associada a alguma deficiência nervosa.
Além de comprometer a mastigação, as doenças neurológicas impossibilitam a movimentação apropriada da língua e dos músculos da faringe. Logo, elas também são a causa da dificuldade para engolir.
Pacientes com doença de Parkinson, esclerose múltipla e AVC (derrame cerebral) ou que apresentam traumatismo craniano e tumores no sistema nervoso central, por exemplo, têm chances de ter disfagia.
Os músculos do esôfago têm a função de conduzir os alimentos que ingerimos para o estômago. Portanto, qualquer problema no órgão pode prejudicar o processo de deglutição e gerar incômodos.
A acalásia (distúrbio provocado pela falta de relaxamento do esfíncter inferior), a esclerose sistêmica e os transtornos de mobilidade esofágica são exemplos de doenças que provocam dificuldade para engolir.
Além da acalásia, outra causa da disfagia é a dilatação da musculatura final do esôfago, o que no linguajar médico é chamado de megaesôfago. Essa região opera como um esfíncter que abre e fecha, mas quando o músculo deixa de abrir naturalmente, o paciente passa a ter problemas para ingerir os alimentos.
Demais distúrbios musculares associados à dificuldade para ingerir alimentos são a miastenia grave (doença autoimune que afeta as junções neuromusculares, ou seja, as áreas nas quais os neurônios entram em contato com os músculos), a dermatomiosite (doença inflamatória que provoca lesões na pele e dores nos músculos) e a distrofia muscular (doença de origem genética que enfraquece os músculos).
A esclerose sistêmica é uma doença autoimune, reumática e crônica. Além de afetar a articulação, a pele, os rins, os pulmões e o coração, ela compromete o sistema gastrointestinal. Tal enfermidade causa lesões no esôfago, o que leva à dificuldade para engolir.
Determinados medicamentos, como antiinflamatórios, antibióticos e cloreto de potássio, podem provocar alterações no canal digestivo. Por esse motivo, o uso de tais remédios também são a causa da disfagia.
Quando chegam à terceira idade, as pessoas passam por alterações nos músculos que trabalham para garantir a deglutição. Eles se tornam mais relaxados e, muitas vezes, descoordenados. Por esse motivo, o público idoso tende a ter dificuldade para engolir alimentos.
Quando o resultado dos exames não mostra nenhuma alteração, dizemos que a causa da dificuldade para engolir é desconhecida. Entretanto, vale lembrar que esse é um diagnóstico de exclusão, ou seja, só deve ser dado se o médico rechaçar qualquer doença que aponte a origem do sintoma.
O tratamento da disfagia varia conforme a origem do problema. Se a causa for orofaríngea, é recomendado o uso de medicamentos e o acompanhamento com o fonoaudiólogo, a fim de promover a qualidade de vida do paciente e evitar complicações durante a ingestão de alimentos.
Por outro lado, a disfagia esofágica requer o emprego de tubo específico para esticar o órgão e possibilitar a dilatação. O procedimento pode ser realizado por meio da endoscopia com um balão especial incorporado ao instrumento.
Em determinados casos, o médico poderá indicar ainda uma cirurgia para desobstruir o canal onde fica o esôfago, além de receitar medicamentos a fim de combater a acidez no estômago e aliviar os indesejados sintomas.
Ao receber o diagnóstico de disfagia ou sentir os sintomas do problema, é importante dar a devida atenção à alimentação. A depender da causa, o médico orientará a respeito da melhor dieta. Logo, o conselho é procurar o especialista de imediato.
Abaixo, listamos algumas sugestões de alimentos indicados para quem está com dificuldade para engolir. Veja:
Após triturar os alimentos sólidos, é importante coá-los. Ao acrescentar água, eles adquirirão uma textura pastosa e serão mais fáceis de deglutir. Mesmo que o apetite caia, a recomendação é manter a alimentação para que o corpo não sofra com a falta de nutrientes.
Se você tem dificuldade para engolir, preste atenção nas dicas a seguir para evitar o aparecimento dos sintomas e ter uma melhor qualidade de vida:
Agora, sim, você está a par dos prováveis motivos da disfagia. Caso tenha dificuldade para engolir, não deixe de procurar o médico especializado. Só ele poderá realizar o correto diagnóstico e tratar o problema de forma adequada.
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