Nossas vivências e experiências proporcionam muitos conhecimentos, entretanto, alguns deles podem e devem ser repensados. Um exemplo é o hábito de tomar ou indicar remédios por conta própria diante de alguma dor. Infelizmente, é uma atitude comum e que mostra a importância de falar sobre os perigos da automedicação.
A gente pode até saber que o “remédio x” é o mais usado para uma dor de garganta, ou lembrar que outro remédio foi eficaz quando aquele amigo sofreu com uma dor na coluna. Entretanto, cada organismo pode reagir de uma forma e é importante que toda medicação seja prescrita por um profissional, pois só ele sabe avaliar os prós e contras de cada remédio para cada caso.
Quer aprender sobre os perigos do uso de medicamentos sem prescrição e desenvolver um bom hábito de saúde? Então continue a leitura!
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) entende a automedicação como a utilização de medicamentos sem orientação médica, seja por conta própria ou por indicação de outras pessoas. É, portanto, o hábito de pegar um remédio e tomar a fim de tratar algo cujos sintomas não foram avaliados por um médico.
Sim. A Organização Mundial da Saúde (OMS) se refere à automedicação responsável como aquelas situações em que uma pessoa utiliza uma medicação prescrita anteriormente para o mesmo sintoma apresentado. A diferença, nesse caso, é que um médico já avaliou o paciente e indicou o remédio. Portanto, não é uma escolha aleatória e baseada na indicação de pessoas não habilitadas. Se trata de uma situação que se repete e que anteriormente já foi avaliada.
Todo medicamento tem potencial para benefícios e também para danos. Ou seja, mesmo aqueles comercializados sem a necessidade da apresentação de receita têm riscos. Quando um profissional faz a prescrição, ele avalia os prós e contras de cada fármaco em relação aos sintomas apresentados pelo paciente.
Além disso, ele avalia também a interação com outros possíveis medicamentos dos quais a pessoa faz uso. Isso tudo com a finalidade de evitar efeitos colaterais e garantir os benefícios. Quando alguém desconsidera essa etapa e se automedica, fica sujeita a diversos riscos. Confira alguns deles abaixo.
Os analgésicos, antitérmicos e anti-inflamatórios são os medicamentos que mais causam intoxicação. Geralmente o processo começa com uma confusão mental e envolve lentificação psicomotora. Logo, a pessoa começa a falar coisas sem sentido, apresentar alterações na pressão, calafrios, tontura e, em alguns casos, até mesmo vômito e diarreia.
Esse é um efeito comum principalmente quando se trata do uso incorreto de antibióticos. O uso abusivo, por exemplo, pode gerar aumento na resistência de microrganismos, comprometendo o efeito do remédio. Nesses casos, o organismo precisa de medicamentos cada vez mais fortes e tóxicos para tratar problemas simples.
Para além do uso abusivo, podemos pensar no uso desnecessário. Nesses casos, o fármaco acelera mutações nos microrganismos e faz com que eles se tornem imunes ao efeito curativo em futuros tratamentos.
As alergias podem ser uma reação ao uso inadequado de algum remédio e podem se apresentar desde a forma leve, caracterizada como vermelhidão e coceira, até formas mais severas como inchaço, erupções na pele e choques anafiláticos.
Escolher um remédio por conta própria pode parecer o correto quando melhoras são identificadas. Entretanto, em muitos casos, essa é uma “falsa melhora dos sintomas”. Na verdade, o medicamento mascara a doença e isso pode levar ao agravamento do problema, dificultando inclusive um diagnóstico.
Os perigos da automedicação existem porque a absorção, o metabolismo e a excreção de cada medicamento está relacionada ao funcionamento adequado dos órgãos. Sendo assim, cada pessoa tem diferentes características metabólicas que devem ser consideradas na hora da ingestão do medicamento. A importância da prática médica é percebida nesse sentido. Apenas esses profissionais conseguem avaliar as particularidades de cada caso, considerando toda a história clínica do paciente.
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