A membrana timpânica, localizada na área interna do ouvido, é uma parte muito sensível do corpo humano. Por falta de cuidados ou algum caso otite, algumas pessoas sofrem de perfuração no tímpano e necessitam realizar um procedimento de timpanoplastia para sarar. Neste artigo, a Otorrino Paulista explicará como funciona essa região, como é realizada a cirurgia de timpanoplastia e quais os cuidados necessários após o tratamento. Confira!
O que é timpanoplastia?
A cirurgia de timpanoplastia é indicada para tratar casos de perfuração na membrana timpânica. A região do tímpano é muito sensível, está localizada na estrutura média da orelha e tem como função básica proteger e conduzir o som para o cérebro. Em diversos casos, sofre apenas uma leve abertura. Geralmente, nesse quadro clínico, a membrana consegue se regenerar sozinha com o auxílio de medicamentos, como analgésicos e anti-inflamatórios. Contudo, em casos mais graves, a timpanoplastia é a melhor solução, conforme o direcionamento do seu médico especialista em otorrinolaringologia.
A principal causa de perfuração na membrana interna do ouvido é a otite média, que transmite bactérias e deixa o tímpano inflamado. Além do mais, há casos em que os orifícios no tímpano aparecem após traumas no ouvido a partir do uso indevido de materiais dentro da orelha, como hastes flexíveis de algodão, chaves, dedos com unhas muito grandes, dentre outras coisas.
Detalhes sobre a membrana timpânica
A membrana timpânica faz parte da estrutura da orelha média, possui formato cônico e três camadas: folheto externo, folheto médio e folheto interno. Além de proteger o ouvido, auxilia na condução do som, que reconhece a vibração do tímpano após a pressão sonora do ambiente e, assim, conduz os ruídos e barulhos para o sistema ossicular.
Tipos de timpanoplastia
A timpanoplastia tem o objetivo de reconstruir a membrana timpânica perfurada e recuperar o funcionamento da orelha média. Como nem sempre envolve a reconstrução dos ossos, é classificada em cinco tipos:
Tipos 1 e 2: é realizada quando a perfuração do tímpano não apresenta lesão ossicular ou não necessita de reconstrução e prótese óssea.
Tipo 3: é feita quando há lesão no osso, além do orifício no tímpano.
Tipo 4: indicada quando há lesão de estribo, sem fixação da platina.
Tipo 5: ideal para pacientes que têm fixação do estribo na janela oval.
Esses termos podem parecer um pouco complicados de entender, por isso é essencial manter o contato com o seu médico, fazer todos os exames e tirar todas as dúvidas que tiver. O otorrinolaringologista irá indicar a melhor opção para cada caso, perfil e necessidade.
Tipos de otite
Otite é um termo médico utilizado para definir diversos tipos de infecção e inflamação no ouvido. Como a região inteira é muito sensível, esses problemas causam muito desconforto, incômodo e dor para o paciente.
Em geral, é considerada comum de acontecer ao mesmo uma vez na vida de uma pessoa, dura poucos dias e com o auxílio de medicamentos é resolvida sem dificuldade por um otorrinolaringologista. Entretanto, se não for acompanhada corretamente, pode causar graves complicações, como: perda parcial da audição, perda temporária da audição, surdez, excesso de fluidos no ouvido e infecções recorrentes e sem melhora definitiva. Dentre os principais tipos de otites, temos:
Otite média
Causada por bactérias ou vírus, atinge o ouvido com mais profundidade e, por isso, afeta a região do tímpano e os ossos que levam sinais sonoros para o cérebro. Além disso, a tuba auditiva, região responsável por interligar o ouvido com o nariz, também sofre complicações. É chamada também de otite média aguda, quando é forte ou resultado de uma gripe ou resfriado mais persistentes.
Otite externa
A otite externa é comum em bebês e crianças e, geralmente, é chamada de “dor de ouvido” devido ao incômodo intenso. Esse tipo de inflamação é causada por fungos e bactérias e vai desde a área externa da orelha até o tímpano. Pode ocorrer devido ao uso incorreto de hastes flexíveis de algodão e dedos, além do excesso de água, algo muito comum no verão.
Cirurgia timpanoplastia: para quem é indicada
A cirurgia de timpanoplastia é avaliada e indicada por um otorrinolaringologista e pode ser feita a partir dos 11 anos ou pessoas que tiveram a membrana timpânica perfurada. Se for bem tratada, é possível recuperar a capacidade auditiva do paciente. Inclusive, após o procedimento, muitas pessoas podem ter a sensação de que estão perdendo a audição, porém a melhora é gradativa e acontece ao longo do tempo de recuperação.
Como a timpanoplastia é realizada
A cirurgia de timpanoplastia é feita com anestesia geral ou local, dependendo da profundidade do rompimento do tímpano inflamado. Para reconstruir a membrana timpânica, o médico especializado em otorrinolaringologia utiliza um enxerto que, geralmente, é retirado da cartilagem da orelha. Em alguns casos, é necessário renovar a zona dos ossos também, conhecidos como martelo, bigorna e estribo.
A cirurgia timpanoplastia pode ser realizada pelo canal auditivo ou por meio de um pequeno corte atrás da orelha. Além do rompimento, em casos de inflamação, é necessário complementar o atendimento com antibióticos antes e depois do procedimento a fim de evitar outras complicações, como a sepse – resposta generalizada do corpo às substâncias químicas que são liberadas na corrente sanguínea.
Timpanoplastia cuidados após a cirurgia
Prepare-se com antecedência para a cirurgia e atente-se para a timpanoplastia cuidados. O tempo de liberação hospitalar depende de cada caso e anestesia, podendo variar de 12 horas a 2 dias. Para uma boa recuperação, o paciente precisa manter o curativo no local por 10 dias e só recebe liberação para voltar às atividades após cerca de 7 dias e confirmação do médico responsável. Além disso, é importante:
● Manter o repouso em casa;
● Evitar atividades físicas e esforço físico;
● Não dormir em cima do ouvido operado;
● Tossir ou espirrar com a boca aberta;
● Não molhar o ouvido operado.
Além dos cuidados acima, é possível que o ouvido operado fique entupido nas primeiras semanas e com uma sensação de pouca audição. Febre baixa e isolada também pode acontecer, mas se for recorrente, entre em contato com o médico. Além do mais, não se esqueça de marcar o retorno do atendimento e fazer o acompanhamento correto após a cirurgia de timpanoplastia.
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