É muito comum ouvir queixas de crianças ao realizarem consultas em otorrinopediatras. As reclamações mais frequentes são obstrução e distúrbios nasais. Muitas vezes, há casos crônicos em que o pediatra encaminha para o setor especializado em otorrinolaringologia. Porém, em algumas situações são necessários tratamentos mais severos e até cirurgias para a melhora das vias nasais, orais ou auditivas da criança.
“As cirurgias de otorrinopediatria apresentam os mesmos riscos de uma cirurgia com anestesia geral, o que torna muito importante a realização de todos os exames pré-operatórios e a avaliação cardiológica e anestésica”, confirmou Dra. Cristiane Adami, médica na Clínica Otorrino Paulista. “Os riscos pós-cirúrgicos mais comuns das cirurgias otorrinolaringológicas em crianças são dor e sangramento, que pode levar a uma nova internação de urgência. Por isso, é muito importante seguir todas as recomendações orientadas pelo médico”, completou a médica.
Separamos nesta matéria algumas cirurgias em crianças mais comuns de serem realizadas nessa área. Confira!
Desvio de septo
A septoplastia corrige o desvio de septo nasal. Quando bem executada e preservada, traz grandes benefícios desde a infância, como evitar prejuízos ao desenvolvimento facial, problemas dentários e até mesmo alteração pulmonar. Se não realizada logo na fase de rápido crescimento, a estrutura cartilaginosa da válvula nasal pode ser comprometida também na vida adulta.
Otite média secretora
Muito comum entre crianças com 3 meses até 3 anos, a otite média secretora é uma infecção no ouvido que libera um líquido que pode prejudicar a audição. Frequentemente resolvida sozinha, a cirurgia só é realizada no caso da persistência após 3 meses, com uma pequena incisão no tímpano para a remoção do líquido e inserção de um tubo de ventilação para drenagem do ouvido médio ao externo.
Hipertrofia de amigdalite e adenoide
Outra cirurgia muito importante para a saúde respiratória é a de retirada das adenoides e amigdalites aumentadas, permitindo que a criança respire corretamente. Indicado para roncos severos e sono com boca aberta, o processo cirúrgico pode ser realizado a partir dos 3 anos de idade, dependendo do caso. Sua remoção não compromete a função imunológica do paciente a médio prazo.
Traqueostomia
A traqueostomia é uma abertura feita na traqueia, onde será introduzida uma cânula traqueal de plástico ou metal. Algumas patologias na pediatria que podem levar a uma cirurgia de traqueostomia são intubação orotraqueal (IOT) prolongada, estenose laringotraqueal e hipoventilação associada às doenças neurológicas. Seu tratamento ajuda na reintrodução precoce do alimento e reduz o trauma da laringe. Cada cânula requer um cuidado específico, sendo o tratamento mais cuidadoso no pós-cirúrgico, pois requer mais atenção na volta da criança à sua rotina.
Laringomalácia
A laringomalácia é a malformação laríngea congênita mais comum na criança. O principal sintoma presente é o estridor laríngeo, quando a criança afunda as costelas e não consegue respirar nem deglutir ou dormir bem, o que deteriora seu desenvolvimento e seu ganho de peso. A maioria dos casos são leves e de evolução espontânea. Quando mais grave, a cirurgia é feita pela boca com endoscópio e laser e a recuperação é realizada em um período de uma semana na UTI pediátrica.
Malformação de orelhas ou microtia
Malformação na orelha, ouvido congênito ou microtia é uma pequena alteração estética na orelha externa (pavilhão auditivo) até a ausência da orelha externa e fechamento do conduto auditivo, geralmente formado por um fator genético. Existem dois tipos de cirurgia nesse caso: o problema estético, com uma reconstrução cirúrgica simples e/ou colocação de próteses na orelha e o problema funcional, que pode acarretar na surdez da criança, onde o tratamento recomendado é feito com próteses auditivas ancoradas ao osso, já que a cirurgia apresenta muito risco para a criança e os resultados não são eficientes.
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