Distúrbios respiratórios na infância podem impactar na aprendizagem e na qualidade de vida das crianças por, normalmente, atrapalharem o sono. Segundo a médica Ananda Lopes (CRM 165527), a criança precisa dormir, no mínimo, 12 horas, por que ela apresenta muita produção de GH, o hormônio do crescimento. Dessa forma, se o seu sono é interrompido devido às doenças respiratórias, o seu desenvolvimento será comprometido. A especialista em otorrinolaringologia ainda explicou algumas outras consequências desses problemas respiratórios em crianças.
Causas
A principal causa de doenças respiratórias pediátricas é a hiperplasia, ou seja, o aumento das amígdalas e adenóide. De acordo com a médica, os problemas respiratórios em crianças podem ficar mais intensos no final da infância, principalmente naquelas que têm um histórico familiar de alergias ou asma, além de uma alimentação rica em laticínios, que não é recomendada.
Consequências
Ainda de acordo com a Dra. Lopes, problemas respiratórios em crianças também impactam no crescimento ósseo e estrutural. Alguns sintomas comuns são a criança respirar muito pela boca, roncar e não tem um sono completo, o que a torna muito agitada.
É comum que pequenos com doenças respiratórias tenham resistência em dormir, devido ao desconforto respiratório. Por isso, pela manhã, eles acordam cansados e podendo apresentar também sufocamento, sono bastante agitado e enurese noturna, o que impacta em uma baixa qualidade de vida.
O artigo “A influência dos distúrbios respiratórios na dificuldade de aprendizagem” de Renata C. Di Francesco, publicado na Revista da Associação Brasileira de Psicopedagogia, constata uma ligação entre baixo rendimento escolar e distúrbios respiratórios na infância. O ronco e a apneia durante o sono atingem de 11% a 12% da população pediátrica, sendo que 28% das crianças com hiperplasia das amígdalas e adenóide apresentam distúrbios do comportamento como problemas sociais, ansiedade, depressão, agressividade e falta de concentração.
Diagnóstico e tratamento
O diagnóstico de doenças respiratórias pediátricas é feito por um médico especialista em otorrinolaringologia. Exames complementares podem ser requisitados, como radiografias, endoscopia das vias áreas e a até mesmo a polissonografia, um registro de parâmetros do paciente durante o sono. Caso a origem das doenças respiratórias for alérgica, o tratamento da alergia será realizado.
Se o aumento das amígdalas ou da adenóide continuarem, a cirurgia para retirada é indicada. A consulta a um médico da área é essencial. Os sintomas dos distúrbios presentes em crianças muito pequenas pode comprometer ainda mais o desenvolvimento intelectual e cognitivo ao longo da vida. Com isso, as dificuldades de aprendizagem podem persistir até a adolescência.