O termo “uvulopalatofaringoplastia” pode parecer completamente estranho e uma palavra simplesmente de outro mundo quando lida ou ouvida pela primeira vez. No entanto, mesmo com esse estranhamento inicial, essa palavra tem um significado bem simples: é um procedimento cirúrgico que visa acabar com a apneia do sono.
Confira nesse post os detalhes sobre a uvulopalatofaringoplastia, quando ela é necessária, seus benefícios e riscos, e muito mais.
O que é Uvulopalatofaringoplastia?
Para entender melhor a uvulopalatofaringoplastia oque é, é interessante separar cada um dos termos para compreender os seus conceitos separadamente.
O primeiro termo da palavra é “uvulo”, que vem, na verdade, de “úvula”, nome dado a uma pelinha que fica no fundo da boca, marcando o início da garganta. A úvula é formada por músculos, tecidos conjuntivos e mucosa, e tem como principais funções auxiliar na deglutição, na fala e prevenir engasgamentos. Quando a úvula tem um tamanho muito grande, ela pode causar apneia do sono.
O palato, por sua vez, é o que é conhecido popularmente como céu da boca. Além de servir como um teto da cavidade bucal, o palato também é uma espécie de “chão” para a cavidade nasal. Dessa forma, se houver alterações em seu formato ou excesso de pele, a apneia do sono pode ser uma consequência.
O último termo que se refere a estruturas anatômicas é “faringo”, que vem de faringe. A faringe é o canal que faz a ligação entre a cavidade bucal e a nasal, havendo, portanto, a possibilidade de ocorrerem alterações anatômicas e outros problemas que podem gerar apneia do sono.
Por último, temos o termo “plastia”, que significa cirurgia para fazer a restauração ou reparação de um determinado órgão. Dessa maneira, é possível definir que uvulopalatofaringoplastia seria uma cirurgia destinada à reconstrução ou reparação de uma ou mais dessas estruturas.
Quando é necessária a Uvulopalatofaringoplastia?
No caso da uvulopalatofaringoplastia, essa cirurgia ocorre quando o paciente apresenta Síndrome da Apneia Obstrutiva do Sono, conhecida simplesmente como Apneia do Sono, causada por alterações anatômicas nas vias aéreas.
Esta é uma cirurgia feita pelos médicos otorrinolaringologistas, sendo eles os responsáveis por determinar se o quadro necessita de cirurgia, ou não. Para isso, é feita uma série de exames determinantes, sendo os principais:
- Análise de sintomas, alergias, medicamentos indicados anteriormente e quadros clínicos;
- Exame físico das vias aéreas superiores, especialmente da garganta e do nariz;
- Polissonografia com o intuito de garantir o diagnóstico de apneia;
- Outros exames pré-operatórios: coagulograma, hemograma, exames cardiológicos e outros específicos ao próprio paciente.
Esses exames servirão para, além de atestar a necessidade da cirurgia, determinar quais serão os caminhos tomados pelo médico durante a operação, uma vez que cada paciente possui o seu próprio perfil.
Quais são os benefícios da Uvulopalatofaringoplastia?
O grande benefício da uvulopalatofaringoplastia é que essa cirurgia resolve completamente ou pelo menos uma boa parte da apneia do sono. Além do cansaço pela privação de sono, a apneia pode contribuir para causar uma série de outros quadros clínicos, sendo os principais:
- Aumento de peso;
- Riscos de diabetes geradas pela queda de sensibilidade à insulina;
- Doenças cardiovasculares;
- Depressão e ansiedade;
- Mau humor e fadiga;
- Dores no corpo.
Essas complicações mencionadas pela privação de sono são as mais leves e comuns, mas existem outras mais sérias, causadas por casos mais graves, sendo elas:
- Doenças arteriais causadas pelo acúmulo de colesterol nas paredes sanguíneas;
- Infarto do miocárdio;
- Derrame;
- Síndrome metabólica;
- Hipertensão arterial.
- Aumento da circunferência do abdômen.
Quais são os riscos da Uvulopalatofaringoplastia?
A uvulopalatofaringoplastia é uma cirurgia e, como tal, está sujeita a riscos independente do profissional responsável (ainda assim, é sempre bom fazer esse procedimento com um médico otorrino qualificado e de confiança).
Entre os riscos mais comuns estão:
- Voz anasalada;
- Febre;
- Sangramentos (podendo haver o aparecimento de pequenos coágulos);
- Dificuldade para engolir;
- Mau hálito;
- Dor de garganta;
- Dificuldade para falar;
- Dificuldade para respirar.
Esses riscos são comuns e até normais de acontecerem nos primeiros dias depois da cirurgia, não sendo um fator relevante para preocupação. Entretanto, se o tempo de recuperação já tiver passado e esses sintomas ainda forem detectados, é interessante marcar uma consulta com o médico responsável para avaliar a situação.
Quais são os passos para a realização da Uvulopalatofaringoplastia?
O primeiro passo é fazer uma anestesia geral, sendo ela necessária aos pacientes que passam pela uvulopalatofaringoplastia. Feito isso, o médico irá inserir os instrumentos que retirarão as amígdalas ou os tecidos que estão obstruindo os canais aéreos totalmente via oral, não sendo necessário fazer nenhum tipo de incisão no rosto ou no pescoço.
Além de retirar as amígdalas e ou os tecidos obstrusivos das passagens aéreas (como os do palato mole ou os da faringe), o médico deve recolocar os tecidos em seus lugares corretos, fazendo algo como a reconstrução dos canais para que o ar possa passar de uma fluida. O procedimento leva cerca de duas horas para ser concluído e, após realizadas as cirurgias, inicia-se o último passo: as semanas de recuperação.
Quais são as complicações possíveis da Uvulopalatofaringoplastia?
Mesmo sendo uma cirurgia de baixo risco, ainda podem existir complicações ao passar por um procedimento de uvulopalatofaringoplastia. Geralmente, as complicações surgem quando algum tecido acaba sendo mexido indevidamente ou quando os tecidos recolocados na faringe não vão para o lugar correto. Caso isso aconteça, serão notados os sintomas do pós-operatório mesmo depois do tempo da recuperação. Nesse caso, é preciso procurar o médico otorrino responsável.
Quais são as recomendações para o pós-operatório da Uvulopalatofaringoplastia?
O pós-operatório da uvulopalatofaringoplastia é baseado em um tratamento que tem, no mínimo, 7 dias, mas pode aumentar ou diminuir de acordo com o caso e com o parecer do médico. Entre as recomendações para que esse período de tratamento seja o melhor possível, estão:
- Ingerir alimentos frios e líquidos, principalmente nos três primeiros dias;
- Iniciar os alimentos pastosos e mornos somente no quarto dia;
- Preferir roupas mais frescas;
- Evitar locais muito quentes;
- Não fazer muito esforço (retomar às atividades do dia a dia devagar e com cuidado);
- Não fazer exercícios físicos por pelo menos três ou quatro semanas;
- Repousar por, no mínimo, 1 semana;
- Tomar os medicamentos indicados pelo médico;
- Não se automedicar.
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